É notório que há prefeitos por aí sem a menor idéia de como
descascar os abacaxis que encontraram. No exercício do cargo, os problemas se
tornam bem mais complicados do que eles faziam crer nos discursos de campanha.
Ainda assim, quase todos continuarão tentando de alguma maneira.
A maioria infelizmente não conseguirá grandes resultados,
simplesmente porque, apesar de eventuais divergências políticas, as gestões se
igualam em práticas nefastas, como a de transformar prefeituras falidas em
cabides de emprego. Isto sem falar na necessidade de retribuir, com privilégios
indevidos e preços elevados, o apoio que empresas lhes deram na campanha. São
vícios que levam fatalmente ao fracasso administrativo.
Há casos raros de prefeitos que, uma vez eleitos, admitem de
fato não ter a menor idéia da confusão em que se meteram. Essa foi a situação
da prefeita de Ipirá, no sertão da Bahia. Como a imprensa noticiou em meados de
janeiro, a médica Ana Verena Colonezzi (PR), licenciou-se do cargo logo após a
posse, alegando problemas de saúde, com sintomas como estresse e pressão alta.
Em seu lugar, assumiu o vice, Ademildo Almeida (PT).
Em Ipirá, o que se diz é que Ana Verena não retorna mais ao
cargo. O motivo de seu piripaque foi, na verdade, o assombro com a dramática
situação da Prefeitura, para a qual ela não estava minimamente preparada. Em
suma, a ficha caiu e a eleita, que mal experimentou a cadeira, tende a
renunciar.
Fonte: Seu Pimenta