Por mais que o governador Jaques Wagner (PT) faça de conta que não há nada a
melhorar em sua gestão e ignore a queda de aceitação popular em seu segundo
mandato, o desempenho da Bahia no cenário nacional já preocupa o alto escalão do
PT, sobretudo o ex-presidente Lula.
Segundo nota ‘Alerta vermelho’, da coluna Painel, da Folha, Rio Grande do
Sul, do ex-ministro Tarso Genro; Bahia e Distrito Federal, de Agnelo Queiroz;
são os pontos de preocupação do PT para a campanha de reeleição da presidente
Dilma Rousseff em 2014.
“O ex-presidente quer traçar panorama para 2014 conhecendo os pontos frágeis
da sigla nos Estados que administra”, diz anota. Para Lula, a derrota de Nelson
Pelegrino na disputa pela prefeitura de Salvador em 2010, com sua participação e
a da presidente Dilma, foi um sinal de que o poder de articulação de Jaques
Wagner já não é o mesmo de 2010, quando se reelegeu.
Nos bastidores da política local, o que se ouve até mesmo de aliados do
governador é que seu estilo “sempre tranquilo”, conforme um interlocutor (da
base do governo), “já não funciona mais como foi no início. Hoje as pessoas já
conseguem identificar as dificuldades do governo”.
A ‘dificuldade’ apontada pela fonte se traduz na realidade. No início de
2012, por exemplo, a Bahia foi acometida pela maior greve da história da Polícia
Militar. Foram 12 dias de duração e o saldo de mais de 140 assassinatos apenas
em Salvador e na Região Metropolitana (RMS).
Wagner e o próprio comando da PM precisaram de quase uma semana para admitir
à população que a PM estava em greve. Nos primeiros dias, o comando da
corporação dizia que era um movimento isolado. Mas não foi o que se viu nas
ruas. A população lembra dos arrastões, das ruas sem ônibus e do pânico na face
dos cidadãos.
No quinto dia de greve Wagner fez discurso na rede de TV local para pedir aos
cidadãos que mantivessem a rotina e disse que já tinha conversado com a
“presidenta” Dilma para pedir ajuda da Força Nacional, mas só se fosse
necessário.
O próprio governador admitiu que a greve teve impacto nas eleições municiais
do ano passado, das quais ACM Neto (DEM) saiu vitorioso.
Depois da greve da PM, findada em fevereiro, surgiu a dos professores. Mais
um fato histórico para o governo do PT. Paralisação (total) das atividades dos
docentes durou 115 dias. O ano letivo de 2012 encerrou no final do mês
passado.
Enfim, voltando à preocupação do PT, Wagner, pelo menos até então, é posto
como coordenador da campanha de Dilma no Nordeste em 2014, com a missão de
repetir o sucesso de 2010. Mas para tanto precisa primeiro recuperar a confiança
dos baianos para garantir a popularidade da presidente na Bahia, o quarto maior
colégio eleitoral do país e maioria esmagadora da região nordestina.
Romulo Faro – Bahia 247
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